Wednesday, June 20, 2007

FRAGILE

Pietà

O manto negro que oculta a nudez, deixa a descoberto uma perna longa.
Dentes enormes. Tom de pele pálido de contraste dramático com o negro intemporal do fundo.
Pescoço longo e robusto de posição fragil.
Sobrancelhas negras e fartas. Ombros largos e desfalecidos.
Frágil no menos mulher que é quanto figura.
Mais mulher nos intensos lábios vermelhos e olhos azuis.
Homens ainda jovens de tronco nú que a sustentam. De olhos fechados.
Um terceiro olha na direcção do "Fragile".

A fragilidade da mulher, não só no peso da representação pictória,
mas também na semelhança com um icone religioso, sagrado, que atravessa as fronteiras da representação.

David

Sunday, June 10, 2007

TRUE - Tom Tykwer

Um positivo negativo


Filme genial sobre paradoxos.
Pequenos instantes que parecem eternidades, assim como eternidades são viajadas em pequenos instantes.
O desgosto da cegueira emocional que traz clarividencia à cegueira com que nasceu.
Uma mentira casual que abre janelas à verdade.
A proximidade cada vez mais distante.

David

Friday, June 8, 2007

OMERO - Vieni e prendermi

Longing for connection

Vestido negro mais negro que a negra parede.
Luvas negras, lingerie negra, sapatos negros.
Até o telefone que segura é negro.
Sensualidade que espreita pelo contrastante negro, como as linhas claras do seu claro tom de pele contrastam com o mundo negro que tráz consigo.
A alça que cai, a lingerie, o corte ousado do vestido revelador, justo no corpo antes mesmo do encontro marcado.
Expressão triste de pose sensual.
Enluvada, de telefone na mão toma a iniciativa.
À esquerda, o desejo de partir.
À direita, uma conversa na qual despreza o interlocutor.
Experiente na sedução, apenas precisa do seduzido.

A parede negra expõe a natureza do seu mundo.
Um mundo negro, angustiante, do qual se quer despir.
O telefone como porta. A sensualidade e lingerie como arma.
Sem coração.

Ciao. Ti sto aspettando.
À meia noite.

David

Tuesday, June 5, 2007

YVES SAINT LAURENT - PARIS

Em memória do Grande Homem Roberto Barbosa

As mulheres, frias e calculistas.
Os homens, uns cães emocionais.

Ambos o escondem num jogo de opostos.
Não na imagem.

Para ti Roberto, que como sempre, em jeito de brincadeira,
fazias questão de sublinhar.

David